Agora vai!

procrastinacao3

Procrastinei o quanto pude. Comecei o texto de manhã, fiz várias coisas durante o dia e, só voltei, agora, para concluí-lo.

Talvez, porque a palavra me traga vertigens. Recebi a sugestão da Déa há mais de um mês, mas só ontem pus a mão na massa e tratei de aprofundar o assunto.

Dei uma pesquisada e descobri que a fase da vida que a gente mais procrastina é quando está na faculdade. Não estamos sós, mais de 70% dos universitários adiam tarefas para o último dia do prazo.

Cerca de 65% dos trabalhadores procrastinam, sendo que 20% são procrastinadores crônicos – estão doentes, causam prejuízos às empresas. Eu já procrastinei muito. Acho que o que mais adiei na vida foram ligações pra comunicar ao cliente desgraças processuais: olha, sabe o que é: deu tudo errado, o juiz vai ferrar a sua empresa. Ai que delícia!

De acordo com os psicólogos a procrastinação gera culpa, mal estar e ansiedade. É um saco! A  gente vai carregando aquele peso para todos os lugares, enquanto não se livra dele, não consegue ser feliz. Mas o pior é aquela sensação de seu eu tivesse tido mais tempo – aquele que eu desperdicei – teria apresentado um trabalho bem melhor. A procrastinação deve ser a mãe da mediocridade.

Segundo o que li, as quatro coisas mais postergadas são: exercícios físicos, leituras, cuidados com a saúde e o planejamento financeiro. Esse dado não foi, exatamente, uma surpresa, né!

Ah, teve uma coisa que me surpreendeu: em geral, os maiores procrastinadores são os perfeccionistas – vai ver era por isso que a Déa estava interessada no assunto – gente que quer, sempre, apresentar algo muito bom, muito bem feito.

O pessoal do mundo coorporativo, como era de se esperar, detona a procrastinação. Não faltam por aí manuais de administração do tempo e dicas para uma procrastinação produtiva – kkkkkkk como eles são engraçados! Vamos combinar: esse pessoal pode ser bem chato, especialmente, quando se levam muito a sério.

 Ah, também, achei muita gente falando que existe um lado positivo na procrastinação que não tem, necessariamente, relação com a preguiça, até porque, raramente, um procrastinador fica sem fazer nada.

Para os defensores da “técnica” fazer coisas que você gosta – antes de fazer o que precisa – deve te levar a uma reflexão sobre o que gosta de verdade, faz bem e rapidamente e porque não quer executar aquela outra tarefa. E com isso mudar o rumo da sua vida, reavaliar o que está fazendo.

Eles podem estar certos. Quase sempre quero escrever. Eu disse, quase.

Todavia existem coisas chatas que não tem como mudar, elas simplesmente fazem parte da nossa vida: renovar a CNH, tentar cancelar uma linha telefônica – ai que medo! – pedir alguma declaração em órgão públicos, enfim, chatices mil que a gente até protela, mas não tem como fugir. Nestes casos acho que o melhor, mesmo, é mandar ver, enfrentar o monstro e dar cabo dele. Quase sempre, o alívio que a gente sente por ter executado a tarefa faz valer o sacrifício. Ufa!

Pessoalmente consigo reconhecer uma vantagem –  que não foi mencionada na maioria dos textos que eu li  – em adiar algumas coisas. Muitas vezes, enquanto empurrava com a barriga, fui capaz de encontrar outras soluções. A reflexão me permitiu pensar melhor e mudar o meu plano inicial. Na verdade, em alguns casos, protelar evitou que eu tivesse tomado decisões desastrosas.

Como sou muito ansiosa quero resolver tudo pra ontem, aí me meto em presepadas: compro coisas de que não preciso, faço furos em paredes que não vão receber nenhum quadro, digo ou –  pior, bem pior – escrevo coisas que não deviam ter saído de dentro da minha cabeça.

Quando mando um depois eu faço não só ocupo esse tempo com coisas que me dão mais prazer, como tenho a chance de pensar, bem, no que fazer e em como fazer. Pensando bem, acho que procrastinar não é, assim, tão ruim!

Vou encerrar o meu post com um vídeo muito legal e que diz, com mais cor e poesia, tudo o que eu tentei falar aí em cima:

http://vimeo.com/15182896

Déa acho que a gente já pode relaxar! Beijão pra ti e obrigada pela participação, mais que, especial.

16 comentários sobre “Agora vai!

  1. Definitivamente, esta palavra foi esquecida no meu dicionário… Mas sobra o antônimo dela, se é que ele existe. Isso não quer dizer que não adio algumas coisas, mas no meu caso é negação mesmo.

  2. então…comigo acontece parecido…só que pelo incrível que pareça eu desenvolvi uma técnica muito “especial” para a procrastinação….eu deixo de fazer o que preciso fazer (e não to afim, as vezes, nem sei detectar o porquê) e vou fazer coisas que eu NÃO gosto de fazer. Tempos atras, eu tinha que fazer uma inicial trabalhista e decidi que lavar todos os meus talheres com sapólio pra ficarem brilhando era uma coisa imprescindível para aquele momento..e la fui eu lavar todos os talheres da casa (odeio lavar louça!). Adorei o texto…

    • Rita olha que engraçado, na minha “pesquisa” sobre o tema, li uns dois textos sobre como evitar a procrastinação e a dica era essa mesma: fazer coisas que a gente não gosta!!! KKKKK Tá na hora de tú dar consultoria!!! Beijo

  3. Adorei o texto, acho q complementa os outros de mudança. Acho que ja procrastinei mto na vida, tenho com certeza um ou dois arrependimentos em relaçao a isso, mas no geral, de um jeito ou de outro dei um jeito. Aqui me recordo meus tempos de LOndres, onde fazer ligaçoes p os serviços publicos era quase uma fobia, nao entender ou nao ser entendida,, mas qdo comecei a pegar o jeito foi uma avalanche, nao consegui mais parar e consegui resolver tdo. E nossa que sensaçao boa!

  4. Também sou ansiosa e penso que aí reside um grande perigo, especialmente para muitos aquarianos como eu e que conheço bem… Talvez o “forte” desses nem seja procrastinar, mas pôr furos em paredes que nunca receberão quadros kkkkk… – como é o nome disso mesmo – ?
    Quando li seu texto, que adorei, lembrei de uma frase, cujo autor desconheço, ” a palavra é tua presa enquanto não a disseres, porém no momento em que for dita, passas a ser presa dela”. Ai que medo de pôr furos na parede…
    Também ja procrastinei muito na vida e sofri mais por isso. Vivendo e aprendendo a ser feliz…. Hahaha
    É muito bom dar essas pinceladas sem compromisso, Gabi. Bj

  5. Eu, bem, não sou uma procrastinadora, sou mais uma ansiosa… hehe Sempre odiei deixar trabalhos pra última hora, mesmo na faculdade. Preferi sempre começar com bastante tempopela frente, porque sinto que não raciocino direito sob pressão. Odeio prazos – curtos, especialmente. Mas nos últimos tempos (viva a terapia!) tenho experimentado não resolver tudo com taaanta antecedência. E tem sido bom, porque não só deixo de tomar decisões erradas como também vejo quanta energia pode ser poupada em simplesmente deixar um pouquinho mais solto pra coisa acontecer, sabe? Nessa história muitos dos meus “problemas” acabaram se resolvendo sozinhos, o que é incrível não? Beijocas

  6. Ai, Gabi…estou tão mais feliz e aliviada. 🙂
    Sabia (pelo fato de ter passado os três cursos universitários) que procrastinar é muito humano, mas não tem como não se sentir um pouco culpada, né? Que saco. Aprendi que o negócio é priorizar. Não sei porquê, mas priorizo apenas o que me dá prazer. 😉 E é claro, renovação da CNH, passaporte e outras burocracias a cada 5 anos. Que é um período mais que bom de procrastinação. Hahaha.
    Brigada, viu? Adorei ouvir a tua voz a respeito…

Deixe um comentário